dúvidaas ?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Depoimento de um viciado . [part1]

Tudo começou quando mudei de escola, novos amigos, novos professores, novo ambiente, tudo novo. Meu amigo o Gustavo, foi o único que ficou na mesma escola que a minha, Gustavo era sempre muito reservado, era um rapaz de planos, quero dizer, ele sabia o que queria para o seu futuro, sempre falava em casa própria, filhos, esposa, bom emprego... Essas coisas, que para mim eram caretas. Gustavo era aquele tipo e pessoa que desde que pirralho já sabemos que vai se dar bem no futuro, já eu... um João-ninguém, que não queria nada com a vida, adorava “cabular” as aulas pra fumar um baseado atrás da escola, Gustavo ia comigo, até puxava um, mais sempre cortava meu barato dizendo que estava na hora de voltar pra a sala.
Quando mudamos pra essa escola nova, Gustavo me fez prometer que eu iria ser responsável nos estudos, que não iria mais “cabular” as aulas pra fumar baseado, e que eu me tornaria um aluno exemplar. Humpf! BOBAGEM! Eu sabia que nunca iria conseguir cumprir aquelas promessas, sabia que eu seria como sempre fui, mais de certa forma, 1% de esperança habitava meu peito. Assim que chegamos na escola nova, conhecemos o Tiago, o cara mais popular da classe, ou melhor, da escola. Era o mais velho de nossa classe, aos Dezenove anos ele ainda cursava o 1º ano, os professores já não sabiam o que faziam com ele, tinha uma fama nada respeitosa, mais nós um tanto inocentes, e querendo fazer amizade na escola, não ligamos para isso.
Na terceira semana de aula, muito bem enturmados com o resto da turma, nós já andávamos com a galera, em uma noite de sábado, o Tiago nos convidou para ir em um bar, o “Bar do Joe” onde só iam os melhores da escola (segundo ele), o Gustavo ficou duvidou um pouco, mais eu consegui convencê-lo a ir, chegando neste bar, só haviam adultos, entre esses adultos, três de nossos professores, Gustavo ficou irado e nervoso, é claro. Tiago nos desafiou a tomar uma garrafa de vodca em um gole só, eu como queria parecer corajoso ou sei lá o que, topei na hora, e tomei em um gole só a garrafa, depois de feito, tive uma sensação estranha, de repente tudo começou a girar, o rosto de Gustavo começou a ficar desfigurado, via todos rindo de mim, Gustavo balançava a cabeça em sinal negativo, e eu não entendi mais nada.
Por volta das 3 da madrugada, saímos do bar onde estávamos, e fomos andar por aí com o Tiago e mais três de seu bando, Gustavo estava sóbrio, eu, nem tanto, trôpego, eu era empurrado de um lado a outro por Tiago e um de seus “capangas”, eu sentia que algo estava errado, sentia que não deveria ter ido à aquele lugar, Gustavo gritava pelas ruas, pedindo ao Tiago que parasse de brincar com meu corpo incontrolável, e fedorento.
Tiago disse à Gustavo –“Vamos, vou te levar em um lugar maneiro, pra você calar essa boca e curtir com agente. Pirralho chato”- Disse Tiago em tom brincalhão, e com a voz pesada. Chegamos nesse “tal lugar”, era uma espécie de galpão abandonado, assim que entramos, Gustavo percebeu que não era Tão abandonado assim, podíamos ver várias pessoas, jogadas ao relento, todas tremendo de frio, com cor morta, alguns até bem vivos, todos drogados e embriagados, Gustavo logo sentiu um arrepio na espinha e sentiu que não deveria estar naquele lugar, com aquelas pessoas, e que deveria me tirar daquele lugar o quanto antes.
Tiago jogou meu corpo num sofá velho e empoeirado, me deu tapas no rosto para que eu “acordasse”, nesta hora vi minha visão embaçada, tudo girando, e rostos, vários rostos da mesma pessoa, mais não consegui dizer quem eram. 

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