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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Depoimento de um viciado . [part3]

Me vendo sem ter o que fazer, preso naquela caixa de fósforo, comecei a escrever, escrevi tudo sobre minha vida, como era antes de tudo, como eu adorava fazer compras com minha mãe, ajuda-la em casa, como era bom “cabular” aula para fumar um baseado nos fundos da escola com o Gustavo, escrevi sobre o Gustavo, sobre todas as pessoas que passaram por minha vida, sobre o Reverendo, e com o tempo, fui me recuperando, Reverendo então me deixou sair de casa, enquanto caminhava pelas ruas de Nova York, encontrei com uma antiga companheira, Roxy, uma garota de traços angelicais, que sempre estava no galpão abandonado junto com meu bando, se drogando junto com aqueles bêbados, mas Roxy não parecia a mesma naquela noite, parecia estar mais bonita, radiante, parecia estar sóbria, ela estava sóbria! Eu já recuperado, mais no fundo de minha alma querendo ainda sentir o êxtase. Roxy me acompanhou na caminhada, conversamos sobre tudo, ela me disse como conseguiu sair daquela vida, eu disse que estava me recuperando, disse a ela sobre a morte de Gustavo, houve algo de especial naquela noite, Roxy me deu o número do telefone dela, pediu pra que eu ligasse caso tivesse uma recaída, disse que ela iria me ajudar, assim como ajudaram ela.
Voltei pra casa naquele dia, feliz, não entendia porque tamanha felicidade, conversando com o Reverendo, descobri que estava sentindo algo especial por Roxy, decidi ligar para ela.
-“Alô?”
-“Roxy... é o Rob.”
-“Oi Rob, queria mesmo falar com você, tenho algo que acho que vai te ajudar a se recuperar mais rápido!” - Disse ela animada.
-“Está certo, me encontre no café às 07:00.”
Encontramos-nos no café do Dickerson, naquela manhã de Domingo às 7:00 horas. Roxy parecia tão serena, calma e estava tão linda, não era normal sentir o que estava sentindo, minhas mãos soavam, meu estômago esfriava, e minha voz não saía.
Roxy me disse que o teatro “Hidden” estava abrindo o palco para anônimos, e ela estava fazendo parte de um grupo de ex-viciados, que subiam no palco e contavam suas histórias, e ela me disse que isso ajuda bastante, pois você ganha apoio de várias pessoas que se sensibilizam com seu depoimento. Eu gostei da ideia, mais logo depois me veio um medo, pois me lembrei da morte da senhora, da morte de Gustavo, e fiquei com medo de revelar algo tão sério assim. Mas mesmo assim, resolvi tentar, Roxy me deu todo o apoio.
Na noite de Sábado, dia 15 de Novembro de 1992, eu fui ao Teatro “Hidden” pela primeira vez, revelar meus pecados à o público ali presente. Reverendo na plateia, se emocionava vendo minha melhora, Roxy e o resto do público estavam paralisados com minhas história, você também deve estar neste momento... Enfim, sempre que podia ia no Teatro pra contar minhas história, e ao decorrer do tempo, a plateia se emocionava mais, e o número de pessoas aumentava. Reverendo faleceu de ataque cardíaco, e deixou para mim e Roxy, sua casa, suas economias, e tudo o que lhe pertencia, descobri a história de Reverendo, ele era Padre em uma igrejinha de um pequeno bairro, e devido à o aumento de adolescentes drogados, e perdidos, Reverendo largou a batina, e começou a resgatar garotos e garotas, nas ruas de Nova York, ele os levava para casa, lhes dava comida, teto, e os tratava, Reverendo já tirou mais de 5 mil adolescentes do mundo das drogas. Reverendo era Robbie David Williams, faleceu aos 85 anos, e foi meu herói, e de muitos outros adolescentes. Bom meu caro... Hoje eu sou escritor, palestrante, e Roxy é mãe de Jessie, nossa linda filha de 5 meses, Roxy é atriz, e administra o  Teatro “Hidden”, que foi comprado com o dinheiro que Reverendo deixou para mim. 
The End.

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